TCC - Psicologia Clínica & Comportamental
Maxliane Alves Vieira
maxliane@hotmail.com
O Sujeito Adolescente – Abordagens e Proposições
CEPED CURSOS – Psicologia Clínica e Comportamental
AGRADECIMENTOS
Agradeço à Deus, Fonte de toda a vida, Sabedoria, inspiração e conhecimento.
Ao Centro de Estudos CEPED e toda a sua Equipe que disponibilizaram a transmitir os aportes do conhecimento na área da Psicologia Clínica e Comportamental, com a devida proficiência a esse nobre e gratificante ofício que é a Clínica dos aspectos da Saúde mental do Sujeito.
A arte de Clinicar:
“O vocábulo Clínica é uma palavra oriunda do grego kline que significa leito ou também instrução médica dada ao lado do leito do doente, podendo ainda significar inclinar-se sobre, ou exercício, prática da medicina.
Canguilhem (1995, pg. 16), amplia o conceito da atividade clínica para outras áreas do conhecimento afirmando que a clínica ... é uma técnica ou uma arte situada na confluência de várias ciências, mais do que uma ciência propriamente dita”. Nos dias atuais, vislumbramos um empobrecimento do ato de clinicar, tomado aqui enquanto práxis de inclinar-se sobre o discurso do sujeito.”
(BACKES Carme, CUMIOTTO Carla, 2008, pg. 17).
RESUMO
Este trabalho tem o objetivo de trazer uma reflexão quanto as nuances envolvidas da subjetividade e trato com o Sujeito Adolescente, relacionado às suas angústias e conquistas, levando-se em conta os pontos primordiais das Análises do psiquismo e comportamentos, a importância da interação e cumplicidade do Grupo Familiar em que o mesmo está contido; uma abordagem do crescimento da erotização precoce que tem levado ao Vício da Pornografia e o correto enquadramento do setting nas Terapias de Psicanálise dessa que é a fase mais incompreendida e temida das fases existenciais do Sujeito: A Adolescência.
RESUME
Palavras-chave: Adolescente; Grupo Familiar; Pornografia; Psicanálise.
1. INTRODUÇÃO
2. DESENVOLVIMENTO
3. CASO CLÍNICO: Considerações sobre o Grupo Familiar
4. O VÍCIO DA PORNOGRAFIA
5. CONCLUSÃO
6. REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
De acordo com o Dicionário Dicio:
O Significado da palavra adolescência:
s.f. (substantivo feminino)
Período do desenvolvimento humano definido pela transição entre a juventude e a idade adulta; fase que se inicia após a puberdade.
[Por Extensão] Figurado. Que pode ser definido por ser jovem (novo).
(Etm. do latim: adolescentia.ae)
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), adolescência é a etapa da vida compreendida entre os 10 e 20 anos de idade, período que se subdivide em três fases, pelas estatísticas da saúde pública, sendo elas: inicial (10 a 13 anos), média (14 a 16 anos) e final (16 a 20 anos). Todavia, com o grande número de filhos que mantém na casa de seus pais, dependentes economicamente deles, fica considerado que a adolescência inicia-se por volta dos 14 anos ou 15 anos de idade e termina por volta dos 25 anos.
(SALINAS, Valquíria, Mente Saudável para o Adolescente, Pg.12).
O término da adolescência se dá quando o jovem consegue preencher as seguintes condições:
1. Estabelecimento de uma identidade sexual, estabelecendo relações sexuais afetivas estáveis. Do ponto de vista cristão-religioso, isso se dá quando o jovem se casa e estabelece uma relação afetiva estável com seu cônjuge.
2. Capacidade de assumir responsabilidade profissional e de se manter economicamente.
3. Quando é capaz de ter valores morais pessoais.
4. Quando consegue se relacionar com os pais.
(SALINAS, Valquíria, Mente Saudável para o Adolescente, Pg.13).
O surgimento da Adolescência pode se dar pela metáfora da borboleta saindo do casulo, o que se dá num processo, muitas vezes, em parecer que o mundo fica de cabeça para baixo, pois é uma fase de saída e abandono da infância para o período de começar a conquista de seu próprio espaço, o que, muitas vezes, não é bem entendido pelo Grupo Familiar e até mesmo pela Sociedade em que o mesmo está inserido.
O termo Adolescente não é utilizado por Freud, em seu lugar ele chamou de Puberdade.
A puberdade é visto como um momento em que a sexualidade deixa de ser auto erótica e é possível realizar, finalmente, a escolha objetal fora de seu próprio corpo, na descrição de Freud.
Para Anna Freud, a “saúde mental é baseada na última instância, na harmonia” entre as forças psíquicas. No entanto, os “distúrbios do equilíbrio mental” próprios da adolescência não configuram exatamente uma patologia, mas representam a própria condição de normalidade, uma vez que “a sustentação de um equilíbrio constante durante um processo de adolescência é, em si, anormal”. Trata-se de uma situação peculiar, pois se por um lado é difícil, segundo a autora, “traçar uma linha entre a normalidade e a patologia” naquele momento, cabe concluir que a adolescência é normalmente patológica.
(Zimermam, Manual de Psicanálise, Pg.280, 281,282.)
2. DESENVOLVIMENTO
A criança, agora Adolescente, quando estava ainda na fase infantil, o brincar era o seu mundo, período esse em ela não pensava, somente agia.
Pois se pensasse, deixaria de ser criança.
O Adolescente, por um tempo, mesmo sabendo brincar, prefere trocar o brincar pelo jogar, pois no jogo é exigido pensar. Daí ele passa a pensar o seu brincar! Por isso o Adolescente gosta muito de jogar, pois é uma brincadeira cognitiva e desafiante.
Nessa etapa do desenvolvimento, o indivíduo passa por momentos de desequilíbrios e instabilidades extremas, sentindo-se muitas vezes inseguro, confuso, angustiado, injustiçado, incompreendido por pais e professores, o que pode acarretar problemas para os relacionamentos do adolescente com as pessoas mais próximas do seu convívio social. Entretanto, essa crise desencadeada pela vivência da adolescência é de fundamental importância para o desenvolvimento psicológico dos indivíduos, (Drummond & Drummond
Filho, 1998), o que faz dela uma crise normativa.
(Elisângela Maria Machado Pratta, Manoel Antônio dos Santos,
FAMÍLIA E ADOLESCÊNCIA: A INFLUÊNCIA DO CONTEXTO FAMILIAR NO DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO DE SEUS MEMBROS, 2007.
O Adolescente começa a fazer uso de anotações em diário, procura se identificar com os Grupos de iguais, passa por uma avalanche de desapontamentos em relações afetivas e de iniciação sexuais, passa por fases de escolhas ainda que imperceptíveis, surgindo o imediatismo, a fase do silêncio, da alteração da tonalidade da voz, da erupção das espinhas; inclinação, em alguns casos, para as drogas e adesão a Grupos de gangues; em fim, são muitas mudanças acontecendo ao mesmo tempo num mundo novo e instável, para quem até pouco tempo nem pensava em deixar o ninho. Isso tudo abre as portas para Ansiedades e Angústias que podem chegar à temida Depressão maior.
Os referidos aspectos sociais, culturais e familiares, intimamente inter-relacionados com as necessidades, desejos e fantasias inconscientes da criança, vão determinar primitivos pontos de fixação conflitivos, nos quais ela vai estacionar em seu desenvolvimento psicossexual, ou para eles vai regredir quando, embora tenha alcançado a condição adulta, não suporta o surgimento de determinadas ansiedades terríveis.
Em relação ao grupo de Adolescentes encontramos que as frustrações familiares impulsionam o Adolescente a procurar, no grupo de iguais, mecanismos compensatórios.
Não se pode separar da turma nem de seus caprichos ou modas, por
isso, submetem-se à regras internas deste mesmo grupo. É útil para as
dissociações, projeções e identificações que seguem ocorrendo no indivíduo
que são diferentes das infantis. A utilização dos mecanismos esquizoparanóides é muito intensa durante a Adolescência, e o fenômeno grupal favorece a instrumentação dos mesmos.
(Zimermam, Manual de Psicanálise, Pg.280, 281,282.)
3. CASO CLÍNICO: Considerações sobre o Grupo Familiar
Caso real de Análise Clínica em Psicanálise de uma Adolescente em seu Grupo Familiar. (Os nomes dos envolvidos foram alterados para resguardar a identidade dos mesmos).
Durante as sessões iniciais foi notória a percepção que, logo quando teve a primeira experiência afetiva, a Adolescente Ticiana começou a incomodar muitos os outros irmãos devido, a muitas vezes, terem combinados com a mãe (Dona Flor), uma postura mais rígida com relação a Ticiana, por ser a caçula, e depois a própria Dona Flor mudava a combinação, tomando outra diretriz, muitas vezes em prol da jovem Adolescente. Isso desequilibrou o Grupo familiar.
A pergunta em reflexão foi a seguinte: será que a Dona Flor, por ser a matriarca, não teria esse direito em mudar suas decisões?
O amor de mãe é diferente do fraterno, porque é um amor doador a ponto de sentir a dor do filho ou da filha, a qual se ama.
O Grupo Familiar precisava entender que, por mais que se esforçassem, nenhum deles amaria verdadeiramente a Ticiana mais do que a própria mãe. Ela de fato amava e entendia! E os demais filhos não aceitavam e muito menos entendiam o ''fato''. E agora quando o ''fato'' gerava incômodo, é que se revela quem age com o verdadeiro amor e empatia.
O amor é capaz de ''conviver'' com o outro aceitando as diferenças. O amor é o cuidado, é cúmplice. Ninguém pode dar o que não tem!
“O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” (1º Coríntios 13:7).
É por isso que Dona Flor sabia ''conviver'' com Ticiana, pois ela a amava de fato.
E é isso que a Dona Flor fez, faz, e sempre fará.
O Grupo Familiar saberia dizer quando e porque a Dona Flor passou a tomar Rivotril para dormir?
O Grupo Familiar têm cobrado da Ticiana o corresponder a atenção e obediência a todos. Só que ela não recebeu a devida atenção estruturada e solidificada para saber fazer isso. Pois não foi compreendida pelo Grupo que, a mesma estava reivindicando o seu espaço. Espaço esse que boa parte dos componentes do Grupo tiveram a oportunidade de percorrer.
A psicodinâmica da família com o Adolescente, Subjetividade e Família:
Carter e McGoldrick (1995) afirmam que o Grupo familiar é um sistema aberto, caracterizado por um fluxo contínuo de trocas, refletindo as constantes transformações em suas interações. A família se constitui como um sistema social de relações, estruturado pelos valores da sociedade na qual ela se insere. Segundo Sarti (1999), é a partir da família que se aprende a significar o mundo. Para a autora, a família é o lugar onde se ouvem as primeiras falas com as quais se constroem a autoimagem e a imagem do mundo exterior. Assim, a família é o palco ordenador e que possibilita sentidos das experiências vividas, ou seja, o
alicerce da identidade. As relações e os vínculos são as bases do entendimento desse conceito, pois é a família que introduz o indivíduo no campo das relações e dos vínculos – aspectos fundamentais para o desenvolvimento subjetivo. [...]
Em sua teoria, Winnicott (1982) também aponta a fundamental ligação entre o meio ambiente e a relação familiar. O autor ressalta a importância do meio para a constituição subjetiva, que inclui a relação entre a mãe ou o cuidador e o bebê. Essa relação, inicialmente simbiótica, constitui um vínculo estruturante primordial. Com o passar do tempo, a relação simbiótica e absoluta, tal como descreve Winnicott, altera-se gradativamente para uma dependência relativa, até serem incluídas outras relações que não se limitam apenas ao núcleo familiar. Assim,
outras relações passam a constituir a vida do sujeito, ou seja, ele caminha
em direção à independência. Essas demais relações também são
fundamentais para a constituição subjetiva “saudável”.
(https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/11909/11909_4.PDF - Acessado em 24/08/2020, às 14:50).
Por isso é primordial se contratar um Profissional Psicanalista para tratar questões dos conflitos e angústias contidas em Grupo Familiares, pois com sua postura de neutralidade, imparcialidade, senso científico, pode apontar e sugerir possíveis soluções para que o verdadeiro enquadre de harmonia e equilíbrio relacional possa voltar a reinar no seio familiar.
Infelizmente, apesar de haver sido proposto, durante as sessões iniciais, o devido setting para permear as sessões de Psicanálise a serem decorridas, e por se sentir ameaçado e confrontado, que um membro ALFA do Grupo Familiar, foi tão forte, a ponto de induzir aos demais a dispensar ajuda desse profissional, para que a postura reinante de conluio sádico, onipotente e narcisista, contida em boa parcela dos membros do Grupo, principalmente no Alfa, não fosse desmantelada.
Fica a torcida para que a flor: Dona Flor, não venha a murchar por isso.
O MANEJO E A PRÁTICA CLÍNICA com o ADOLESCENTE:
O silêncio é uma característica bastante frequente na adolescência,
principalmente na fase inicial de atendimento. Devemos entender que neste
momento de vida, existe a dificuldade da abstração, e consequentemente,
transformar sentimentos e ideias em discurso, é algo desafiador para o
Adolescente.
A linguagem não-verbal deve ser observada pelo analista como um
material para futura interpretação, promovendo, a posteriori, uma produtiva
elaboração. Esta linguagem pode surgir em forma de gestos, roupas,
penteados, tatuagens, etc., cabendo ao analista decodificar estes símbolos e o
que os sustentam, com o objetivo de elucidar para ambos (analista e paciente)
o sentido desta forma de expressão.
As regras técnicas básicas aplicadas aos adultos, tais como, a livre
associação de ideias, atenção flutuante, neutralidade, devem se manter as
mesmas no manejo com Adolescentes, aplicando, sempre, um cuidado
especial para não inibir a espontaneidade, criatividade ou até excentricidade
algumas vezes apresentadas pelo Adolescente, buscando desenvolver a
capacidade para realizar um aprendizado com as experiências, as boas e as
más.
(JOÃO PAULO KOTZENT, Psicanálise na Adolescência, 2015).
4. O VÍCIO DA PORNOGRAFIA
Nesse aspecto, combinando com as situações de perversão, seja de cunho sexual ou de violência em que a criança, principalmente, no período de 0 aos 12 anos presencia ou sofrem quanto a abusos físicas ou emocionalmente, permanecerão como traumas recalcados no inconsciente e de forma como que adormecidos.
A partir dos 13 anos (1), e por toda a vida, idade essa em que acontece a maioria dos casos biossociais do início da Adolescência, toda vez que o Sujeito receber um estímulo a essa perversão adormecida e recalcada, ocorrerá uma espécie de ignição tempestiva que desencadeará pensamentos de desejos libidinosos, lascivos, sadomasoquistas, violentos, fantasiosos ou não.
Esta combustão será proporcional ao tempo de duração e exposição aos estímulos, e só se abrandarão em duas situações: em se realizar o desejo com suas devidas consequências ou rechaçá-lo com possíveis adoecimentos psíquicos.
O vício da pornografia começa na infância. Exposição à pornografia deixa marcas para toda a vida. Cenas de prostituição influenciam a plasticidade do cérebro.
"A pornografia influencia na plasticidade do cérebro até formar um novo “mapa cerebral” e, por isso, a exposição ao material pornográfico na infância pode gerar consequências para toda a vida, explica o psiquiatra canadense Norman Doidge em um capítulo do livro “Os custos sociais da pornografia” (The Social Costs of Pornography: A Collection of Papers, editado por James R. Stoner e Donna M. Hughes). Isso acontece por uma série de fatores, como as características das imagens aliadas ao estado vulnerável do cérebro em momentos de excitação mental, e os mecanismos de recompensa fácil."
"A “educação dos afetos”
O caminho para quebrar esse círculo vicioso que assalta os ambientes de crianças e jovens é complexo e polêmico.
A chave está em ajudar que as crianças desenvolvam a capacidade de dizer não aos impulsos que firam os direitos humanos próprios ou dos outros, ou ao menos que as levem por caminhos distintos da sua vontade. Explicando melhor: mesmo querendo passar no vestibular, por exemplo, um estudante pode passar horas perdendo tempo porque não é capaz de ir contra outros apelos que o impedem de estudar – ainda que seja muito inteligente e perceba a necessidade de estudar.
Se ele não aprendeu, desde pequeno, a ter um domínio político sobre seus sentimentos – político, porque precisa também perceber o momento de relaxar – será refém deles e não alcançará seus objetivos – no caso, entrar na universidade. Esse exemplo pequeno pode ser reproduzido em outros âmbitos da vida."
(Lélia Cristina de Melo, formada em Psicologia pela PUCPR)
https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/exposicao-a-pornografia-deixa-marcas-para-toda-a-vida-5png4102owakft4lkgayjumvw/
Desta forma, considerando as modificações psicofisiológicas causadas pelo contato com a pornografia, pode-se ter o início de uma série de problemas físicos, psicológicos e emocionais, pois assim como as drogas psicoativas afetam a fisiologia cerebral, a pornografia, do mesmo modo, compromete o cérebro do sujeito espectador (VELASCO; GIL; 2017).
Para Warden (2004 apud FORTIM; ARAUJO, 2013) o diagnóstico mais adequado para alguém que passa horas colecionando pornografia na internet e acessando sites pornográficos seria o de compulsão por sexo.
5. CONCLUSÃO
Assim como se obtém as melhores fotos de uma criança quando o fotógrafo abaixa até à altura dessa, antes do clique; da mesma forma, para se entender o Adolescente precisamos entrar no seu mundo. E se possível, “abaixar” até a este mundo. Pais que conversam com seus filhos, em pé, olhando-os de cima, tomam a postura de um comandante militar de suas tropas, beirando a atitudes ditatoriais e extremamente rígidas, o que favorece mais ao distanciamento da relação pais / Adolescentes.
Precisamos, como pai, entender que na maioria das vezes, somos nós que não os compreendemos! Quando essa atitude de humildade prevalecer, recheada de sinceridade e altruísmo, é que verdadeiramente as barreiras começaram a cair, dando lugar a construção de relacionamentos de confiança e amor, que são ingredientes imprescindíveis nessa conquista de interação com os espaços e autonomias dos Adolescentes.
A adolescência demanda a elaboração psíquica de muitas perdas e construção de uma nova identidade. Frente a isso, diversos conflitos podem ser suscitados, sendo relevante o trabalho psicoterápico na promoção e manutenção da saúde emocional do adolescente.
Um aspecto comum, contudo, centra-se na diferença entre adolescência
e puberdade. A última refere-se a fenômenos de ordem biológica que instauram
mudanças morfológicas e fisiológicas (Eisenstein, 2005), enquanto que a concep-
ção de adolescência se situa mais no campo social (Jover & Nunes, 2005; Schoen-
-Ferreira, Aznar-Farias, & Silvares, 2010; Santos & Pratta, 2012), com diferenças
a partir do contexto cultural no qual a pessoa está inserida.
Winnicott, defende que o final do atendimento pode acontecer quando o adolescente adquire a “capacidade de estar só”. Deve, assim, ter autonomia em relação aos pais, percorrendo o caminho rumo à independência, com possibilidade de estar sozinho, mas sem uma vivência de abandono.
Existem pais que sobrecarregam o adolescente de expectativas extremante
idealizadas, impossibilitando um desenvolvimento emocional saudável no qual o
adolescente pudesse testar seu ambiente e construir sua identidade a partir dele.
(Ana Carolina Zuanazzi, Maíra Bonafé Sei, A clínica psicanalítica com adolescentes:
considerações sobre a psicoterapia individual e a psicoterapia familiar – 2016).
10 Dicas de Bill Gates para os Adolescentes:
O criador da Microsoft fez duras críticas à geração que cresce sem reconhecer o valor das coisas e o sacrifício dos pais. Acompanhe as dicas para o público teen:
1) - A vida não é fácil. Acostume-se a isso.
2) - O mundo espera que você faça algo útil por ele antes que você possa sentir-se bem consigo mesmo.
3) - Se você acredita que tem um professor rígido, espere até ter um chefe. Ele não terá vocação para ensinar e nem paciência com você.
4) - Vender papel usado ou trabalhar nos feriados não significa estar no último degrau da escala social. Seus avós definiam essas situações de outra forma: oportunidade.
5) - Se errar, não coloque a culpa em seus pais ou na falta de sorte. Não chore por seus erros, aprenda com eles.
6) - Antes de salvar o planeta para as futuras gerações, comece limpando o seu próprio quarto.
7) - Em muitas escolas, há oportunidades de sobra para você ser aprovado. Muitas não têm um sistema tão rígido, mas isso não se parece nada com a vida real. Se você falhar, será despedido.
8) - A vida não é dividida em bimestres.
9) - A televisão não é a vida real. Na vida, as pessoas têm que deixar os jogos, bares, festas e amigos para ir trabalhar.
10) - Seja amável com os colegas que considera nerds. É provável que você termine trabalhando para um deles.
6. REFERÊNCIAS
(1)– Aos 13 anos, corresponde exatamente a idade referencial em que, coincide com a chegada do “Bar Mitzvah”, ou seja, importante cerimônia judaica na qual o jovem passa a ser responsável pelo cumprimento da Lei. O comentário aqui, não visa patrocinar os dogmas do judaísmo, e sim, demonstrar que existe uma cultura milenar, em considerar a importância dos acontecimentos e das personalidades a partir dos 13 anos de idade, o que fortalece em muito a teoria do início biossocial da Adolescência.
DICIO Dicionário, 2020.
SALINAS, Valquíria, Mente Saudável para o Adolescente, 2017.
PRATTA, Elisângela Maria Machado, SANTOS, Manoel Antônio dos,
FAMÍLIA E ADOLESCÊNCIA: A INFLUÊNCIA DO CONTEXTO FAMILIAR NO DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO DE SEUS MEMBROS, 2007.
KOTZENT, João Paulo, Psicanálise na Adolescência, 2015).
ZUANAZZI, Ana Carolina – SEI, Maíra Bonafé, A clínica psicanalítica com adolescentes:
considerações sobre a psicoterapia individual e a psicoterapia familiar – 2016.
ZIMERMAN E. David, Manual de Técnica Psicanalítica – uma re-visão, 2004.
Lélia Cristina de Melo, formada em Psicologia pela PUCPR,
https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/exposicao-a-pornografia-deixa-marcas-para-toda-a-vida-5png4102owakft4lkgayjumvw/ - Acessado em 13/05/2020 às 19:27h.
A psicodinâmica da família com o Adolescente,
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/11909/11909_4.PDF - Acessado em 24/08/2020, às 14:50
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